André Navarro
26/06/2018
26/06/2018
Belo exemplo dão nossos irmãos bolivianos e agora os
argentinos. Nesses países se convocam greves gerais e todo mundo para, do gari
ao segurança, do vendedor ao médico, do motorista ao piloto de avião. Quem dera
que fosse assim no Brasil, onde os caminhoneiros pararam e o país se dividiu,
uma parte ficou a favor e a outra contra, mas ninguém mostrou a cara para se
juntar a eles ou para mandá-los suspender o movimento, e olha que a intenção
era melhorar a situação do bolso de todo mundo, não só deles, que diga-se de
passagem caíram no conto do vigário.
Eu fico me perguntando se o povo brasileiro não tem mesmo
noção da força que tem ou se realmente acredita ser refém de uma política
falida onde a justiça privilegia grupos de seus interesses e condena à morte os
pobres mortais. Sim, pois mandar um cidadão para a cadeia no Brasil significa
condená-lo à morte, seja lá dentro por contaminação de doenças e assassinatos,
seja aqui fora, depois que saírem e retornarem ao submundo do crime. É claro
que os ricaços e os políticos têm direito de serem “presos” em casa, ou porque
têm “direitos” ou porque estão doentes.
O que mais me surpreende no brasileiro é que ele não se
preocupa muito com o futuro. Agora, por exemplo, depois de um estardalhaço
danado depois da paralização, com as bolsas caindo, com prejuízos imensos de
empresas poderosas, com o crescimento da inflação e a alta do dólar, está todo
mundo dançando forró e quadrilha por ai à noite e de dia assistindo ao futebol
e torcendo pelo Brasil na Rússia, empurrando os problemas com a barriga para
depois que acabar a Copa do Mundo e as Festas Juninas.
Quando tudo isso acabar, vão aparecer os candidatos fazendo
suas campanhas, pedindo votos, sendo criticados por trás e abraçados pela
frente. É claro que o eleitor vai reclamar que são os mesmos, que isso não muda
e tudo mais... Só que, enquanto se assistia ao futebol ou se passava em baixo
do andor, eram esses ai que articulavam suas candidaturas e gente nova não
aparece para tentar a sorte nas eleições, embora deveria, teria que ter novos
nomes.
Bem, mas agora não é hora de falar de política, né? O Brasil
joga nesta quarta feira, o São João no Porto acabou, mas ainda tem nas escolas,
nas Igrejas e nos bairros. Agora é ver a bola rolar, tomar aquela gelada, um
quentão à noite e fazer o bate coxas, depois a gente vê como fica e resolve os
problemas, depois a gente se acerta...
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