Dinheiro de corrupção, para que serve?


André Navarro
12/12/2016

Para carregar no pescoço ou pendurado nas orelhas, como fazia Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Para ostentar em apartamentos ou casas de luxo, em viagens ao exterior ou até mesmo na compra de ilhas paradisíacas como já levantaram as investigações da justiça que detectou, até agora, um rombo de mais de R$ 500 bilhões em dinheiro de corrupção no Brasil. Mas, infelizmente, boa parte, para financiar campanhas eleitorais, ou seja, para comprar o voto e a consciência do cidadão.
Muitos que hoje empunham megafones, microfones, que balançam bandeiras e depredam patrimônio público, gritando palavras de ordem e imputando aos políticos, única e exclusivamente aos políticos, a culpa pela roubalheira que se instalou no Brasil, são ou já foram cúmplices da ascensão daqueles que de forma algoz, usurpam o dinheiro, o direito, a vida do povo brasileiro.
Não há do que se espantar, brasileiro é assim mesmo, até fala mal ou critica cruelmente, mas quando o assunto chega perto, usa aquela máxima: "sessa o assunto que o assunto chegou". E eu mesmo já vi isso acontecer várias vezes, e pior, quem criticava, passou a elogiar, e o ladrão passou a ser doutor, e o antes peçonhento passou a ser alisado e abraçado, tratado com carinho.
Difícil entender porque essas atitudes que tanto prejudicam a própria pessoa continuam se perpetuando, Difícil entender porque, sabendo que será usurpado, o eleitor ainda vota por dinheiro, por influência, por um benefício qualquer. Chega a parecer que estão rifando suas próprias vidas que estão minguando por falta de dignidade.
Dinheiro de corrupção, um dinheiro que serve para financiar a propina dada ao próprio dono do dinheiro que está sendo roubado e reroubado, mas não toma uma atitude, não se defende, não tem decisão. Saber todo mundo sabia, mas a maioria não aceita, embora entenda que a corrupção não é só do político, pois não haveria político se não houvesse o povo e "o povo elege o político que merce", ou melhor, "o povo elege o político que lhe paga".

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