Operações na fronteira - caro demais para pouco resultado

André Navarro

Não é de hoje que se vê a organização de forças militares e policiais para a realização daquilo que eles dizem ser mega-operações em regiões onde o Brasil faz fronteira com o Paraguai e a Bolívia. A organização, é bom que se diga, passa pelo orçamento que não é baixo e que é necessário para custear as despesas de deslocamento, alimentação e até mesmo de diárias dos envolvidos.

Infelizmente este é um formato arcaico e que só demanda custos aos cofres públicos, o objetivo real mesmo, o de dar segurança à população, fica em segundo plano, isso sem contar que a própria população é que é importunada.

Normalmente essas operações são anunciadas com antecedência, isso quando não vaza a informação de dentro das próprias corporações, Bandido nenhum vai passar por uma fronteira onde existem homens armados até os dentes. Passam sim os cidadãos de bem que têm que mostrar documentos, são submetidos a revista pessoal e a revista do veículo.

As estatísticas não mentem e mostram que milhares de veículos e pessoas são abordadas nessa operações, que muito pouco é apreendido, que quase ninguém é preso e que os furtos, roubos, assaltos e outros crimes continuam acontecendo.

Bom exemplo é a operação feita, na semana passada em Corumbá, na fronteira com a Bolívia, pelo Gabinete de Gestão Integrada de Fronteira - o GGI/Fron, que foi um fiasco, mais uma vez. Enquanto os policiais revistavam os cidadãos de bem, os bandidos roubaram três motocicletas, um carro, várias bicicletas, sem contar as outras ocorrências.

Segurança Pública é um problema sério que tem que ter ações mais eficazes. Está provado e comprovado que operações esporádicas só dão despesas e não resultam em diminuição da criminalidade.

A própria polícia, por ações desastrosas, está sofrendo a represália com ataques e assassinatos de policiais. Aqui em Corumbá isso ainda não acontece, mas, se a água continuar parada no poço, os bandidos logo, logo vão querer fazer onda.



 

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