Receitas

RECEITA DE ARROZ BOLIVIANO

Depois de gratinar, sirva e receba os elogios


André Navarro

O arroz boliviano é um prato tradicionalmente consumido na região de fronteira de Corumbá e Bolívia. Tem muitas calorias, fritura, mas é verdadeiramente uma das delícias da culinária miscigenada do oeste brasileiro e sudeste boliviano. Leva carne moída, queijo, batata frita, banana da terra frita e, claro, arroz.
Em uma panela frite dois dentes de alho e um pedacinho de cebola. Em seguida coloque o arroz. Três xícaras grandes, na receita para cinco pessoas. Frite bem o arroz e, na sequência, coloque água quente até cobrir o arroz. Deixe ferver por uns 5 minutos. Depois abaixe o fogo e puxe um pouco a tampa para liberar o vapor e o arroz secar.
Dica nº 1: Fritar o arroz melhora o sabor e faz com que ele fique mais soltinho.
Em outra panela, refogue quatro dentes de alho, uma cebola grande picada, um pimentão grande picado. Acrescente 1 kg de carne moída e deixe fritar até ficar soltinha. Adicione dois tomates bem maduros picados. Quando os tomates estiverem derretidos, ponha um saquinho de molho de tomate e ferva por uns cinco minutos. Reserve.
Frite 2 kg de batatas bastante óleo. Você pode até não usar tudo na receita, mas com certeza vai comera algumas de tira-gosto.
Dica: Aquelas batatas que vendem no supermercado já pré-fritas são excelentes.
Descasque as bananas da terra e corte-as em fatias de mais ou menos 1 cm, de comprido. Frite-as em óleo quente. Uma dúzia é o suficiente.
Chegou a hora de montar o prato:
Coloque um pouco do molho de carne moída no fundo de uma vasilha refratária. Em seguida vem o arroz e sobre ele mais molho vermelho de carne moída, cubinhos de queijo muçarela, banana da terra frita, batata frita. Outra camada de arroz, molho, queijo, banana. Para fechar a última camada, arroz, banana, batata, o molho vermelho por cima. Cubra tudo com muçarela ralada e queijo parmesão ralado.  
O arroz vai para o forno para gratinar por cerca de 30 a 40 minutos e está pronto para servir.




Os segredos de um bom caldo de piranha

O melhor revigorante do Pantanal também pode ser afrodisíaco



Pescadores reclamam, dizem que elas não deixam a pescaria fluir, que comem a
s iscas dos pintados. Na verdade é assim mesmo, as piranhas não dão sossego e
 atrapalham a tranqüilidade de quem quer pegar os grandes peixes da bacia 
pantaneira. Mas, por outro lado, são muito saborosas e dão um caldo mágico,
que os mais antigos dizem ser afrodisíaco. Só que para fazer essa delícia 
revigorante, é preciso saber de alguns segredos que pouca gente conta e que a
 Revista Pantaneira vai desvendar agora para você.

O primeiro passo é o abate. Os pescadores normalmente furam a cabeça da 
piranha deixando escapar aquela gelatina que é o supra-sumo da vitalidade. 
Então, não bata na cabeça e nem fure. O ideal é dar um choque térmico no 
peixe, colocando-o dentro de uma vasilha com água e gelo. Assim, todas as 
propriedades serão mantidas e os resultados após o consumo serão melhores 
ainda.



Um outro fator importante é na hora do preparo do prato. Muitos, que se dizem 
cozinheiros, engrossam o caldo com mandioca ralada. Nunca, mas nunca 
mesmo faça isso. A mandioca ralada produz uma goma que não combina com o
 sabor do caldo de piranha. Aliás, nem é preciso, o caldo, se bem feito, 
engrossa naturalmente e às vezes, é necessário até acrescentar mais água para 
ralear um pouco.


Então, mãos à obra e vamos preparar esse prato maravilhoso que normalmente é 
servido em copos numa roda de bate papo ou como entrada no almoço ou no
jantar. A porção sugerida dá para dez pessoas. 


INGREDIENTES:
3 piranhas de bom tamanho
2 cabeças de cebola grandes
4 tomates maduros grandes
5 dentes de alho
2 limões
1 maço de salsa
1 maço de cebolinha
2 maços de coentro
100 ml de azeite de oliva
1 pimenta dedo de
moça picadinha
Sal a gosto

MODO DE PREPARO:

Escame as piranhas, retire os rabos e lave com limão. Separe as cabeças do corpo. Ferva água em uma panela mergulhe as piranhas por cerca de cinco minutos (é só para soltar o couro e facilitar o serviço). Feito isso, retire os peixes da panela e deixe esfriar. Com a ajuda de uma faca pequena retire todo o couro. Repare que a parte de baixo do lombo tem umas espinhas em “Y” que são muito perigosas porque prendem na garganta. Separe então essa parte do lombo. Desfie o lombo superior e retire toda a carne das costelas. O lombo com espinhas, bata no liquidificador com um pouco de água e azeite. Alguns cozinheiros mais exigentes cozinhariam o peixe até que as espinhas desmanchassem e coariam para retirar o que restou. Mas, depois que inventaram o liquidificador e o processador, isso já não é mais necessário. Separe então a carne em uma vasilha.
Corte as cebolas e os tomates em pedaços grandes e ponha no liquidificador. Junte o alho, o sal, a pimenta, o cheiro verde e o suco do limão. Ponha  azeite que restou e dois copos de água. Acione o liquidificador e deixe bater bem, até que toda a mistura seja triturada e vire um caldo grosso. Ponha na panela com a carne das piranhas de deixe ferver por cerca de trinta minutos. Adicione as cabeças e ferva por mais uns quinze minutos, até que elas cozinhem. Se for necessário, adicione mais água.
Sirva com pão, limão e pimenta forte. E lembre-se, não exagere na dose, pois o caldo é forte mesmo. Como diz o ditado: “é de matar o guarda”. E você não quer que o guarda morra, não é mesmo?    










Receitas quentes para o inverno
Rabada com angu e agrião

André Navarro – Quando as temperaturas caem é natural que a fome aumente e que os pratos utilizem ingredientes mais “pesados”. Comida de caldo é sempre bem vinda e, como “do boi se utiliza tudo, até o berro”, existem várias opções. Uma delas é um prato delicioso, suculento e tenro, que pode ser saboreado a qualquer hora, do dia ou da noite, com um único problema, não exceder na dose e cair no pecado da gula. Rabada com angu e agrião, dizem, “derruba até o guarda”, é de suar a camisa, mesmo no frio e ainda mais se for adicionada uma boa pimenta malagueta. Esta é a receita que a Revista Pantaneira  traz este mês para que você faça sem medo de chamar os amigos
para um almoço de domingo, ou um jantar de sábado.

Porção para 6 pessoas
I N G R E D I E N T E S :
1 kg de rabada bovina
1 garrafa pequena de cerveja preta
1 limão
200 ml de azeite de oliva
1 copo pequeno de massa de tomate
1 cabeça de alho
Sal a gosto
1 pimenta dedo de moça
2 cebolas grandes
1 pimentão grande
10 tomates
3 folhas de louro
1 colher de sopa de orégano
1 colher de chá de urucum moído
1 colher de chá de açafrão
½ kg de fubá de milho
1 maço generoso de agrião

Modo de fazer:
         Peça ao seu açougueiro que corte as rabadas em pedaços iguais e que retire o excesso de gordura. Em geral a rabada é muito gorda e é necessário retirar aquela manta de gordura que fica por cima. Tempere a rabada com sal, alho, açafrão e orégano. Ponha também a pimenta dedo de moça picadinha, sem os caroços (são eles que ardem). Acrescente o suco do limão e a cerveja preta, é ela que vai ajuda a amolecer a carne e realçar o sabor.  Deixe marinar por cerca de duas horas na geladeira. Enquanto isso descasque e amasse o alho, pique as cebolas, o pimentão e os tomates. Numa panela de pressão aqueça 100 ml de azeite de oliva e ponha a rabada para fritar sem o caldo da marinada. Depois os temperos, primeiro a cebola, na sequência acrescente o alho e o pimentão. Ponha o urucum e a massa de tomate e deixe fritar. É hora de pôr o tomate picadinho. Quando ele se incorporar ao restante do molho despeje o caldo da marinada e complete a panela com água. Depois que a panela começar a chiar conte 30 minutos. Abra a panela e confira como está a água. Se necessário acrescente mais, este prato é feito com bastante caldo. Volte ao fogo por mais trinta minutos.

Angu:
Dissolva o fubá em água fria. A essa altura você já abriu a panela de pressão e deixou fervendo. Retire um pouco do caldo e coloque em outra panela. Derrame o fubá dissolvido nela e vá mexendo com uma colher de pau até que o fubá cozinhe, mas mexa sempre para que ele não empelote. Se for necessário adicione mais água para que a massa não endureça e vire polenta.

Finalização:
Na panela da rabada adicione o maço de agrião e deixe ferver por mais uns três minutos, abafando com uma tampa. Desligue o fogo e está pronto. A criatividade para enfeitar o prato é sua. Uma dica é colocar o angu no prato, ao lado a rabada com um pouco de caldo, e sobre o angu uma pimenta dedo de moça ou algumas folhinhas de rúcula. Um detalhe, isso vai dar um suador, e muito prazer, é claro.